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A Leucemia ou Leucose Felina (FeLV) é provavelmente a doença vírica mais fatal entre os gatos por todo o mundo e é a segunda principal causa de morte entre os felinos, logo após os acidentes.
Causada por um retrovírus semelhante ao HIV humano, produz uma enzima que lhe permite inserir o seu próprio material genético nas células do gato, impedindo que o sistema imunológico do gato funcione de forma adequada, fazendo com que ele fique mais susceptível a infecções. Como o organismo fica sem defesas, outras doenças graves como o cancro podem desenvolver-se, causando a morte do animal, entre 1 a 5 anos após a infecção por FeLV.
Cerca de 1 em cada 3 gatos que contactam com o vírus desenvolvem infecção permanente que é quase sempre fatal. Felizmente o vírus não sobrevive no ambiente por muito tempo, no entanto apresenta uma taxa de mortalidade bastante elevada.
Este vírus não se transmite a humanos nem a animais de outra espécie.
Como se dissemina?
O vírus da Leucose Felina transmite-se pelas secreções (saliva e lágrimas), lambidelas, espirros, bem como pelas fezes, urina ou até pelo leite materno, durante a amamentação. Transmite-se também através das feridas provocadas por lutas, pelo acasalamento e pela contaminação de comedouros, caixas de areia ou camas. Ainda que menos frequente, poderá passar da mãe gestante para os seus filhotes.
Apesar de se transmitir com bastante facilidade, o vírus não sobrevive no ambiente por mais de umas horas e é facilmente destruído pelos detergentes e desinfectantes comuns.
Os riscos aos quais está sujeito o seu animal variam em função da sua idade e modo de vida. Os gatinhos, por terem menos defesas, estão mais susceptíveis a contraír o vírus. No entanto, um gato adulto que viva no exterior e em comunidade, está mais exposto ao vírus do que um gato caseiro.
Quais são os sintomas?
Num gato contaminado pelo vírus da Leucose Felina, os sintomas podem demorar entre um a dois anos a manifestar-se. A maioria dos gatos, cerca de 80%, morre num período de 2 a 3 anos após a infecção.
Deve suspeitar de FeLV quando o seu gato contrai doenças com muita facilidade.
Esta infecção manifesta-se no organismo em dois estádios: num primeiro estádio, alguns gatos mais saudáveis conseguem combater a infecção, eliminando o vírus da corrente sanguínea; num segundo estádio, a infecção consegue proliferar, chegando à medula óssea e a outros tecidos. Neste caso, o animal será portador de FeLV durante o resto da sua vida.
Derivado à imunodepressão que este vírus provoca no organismo do gato, este encontra-se vulnerável a diversas infecções secundárias oportunistas que em situações normais não infectam gatos saudáveis.
Os animais podem apresentar:
- abcessos persistentes e recorrentes;
- gengivas pálidas;
- pelo mal-tratado, aparentemente sujo e escamado;
- infecções crónicas da boca;
- infecções urinárias;
- doença respiratória crónica;
- diarreia;
- perda de peso;
- falta de apetite;
- anemia;
- depressão;
- gastroenterites;
- febre persistente;
- infertilidade;
- abortos;
- lesões neurológicas;
- tumores.
O aparecimento de tumores malignos é uma das principais preocupações em gatos infectados pelo FeLV. Este vírus foi inicialmente detectado em alguns gatis na Escócia, em 1964, onde se presenciou uma “epidemia” de cancro. Descobriu-se mais tarde que muitos dos gatos infectados pelo vírus desenvolviam, num período de meses a anos, tumores malignos das células dos linfonodos e da medula óssea. Quando estas células tumorais se encontram no sangue, o cancro toma a designação de Leucemia. Estes tumores podem também ser encontrados em diversos locais do organismo, incluindo a medula óssea, tórax, rins, fígado e tracto gastrointestinal, tomando nestes casos a designação de Linfoma.
Qual é o tratamento?
Actualmente não existe cura para a Leucose Felina. A melhor forma de evitar que o seu gato contraia FeLV será mesmo a prevenção.
Felizmente já existem vacinas bastante eficazes na prevenção da infecção por este vírus. A primeira vacinação deve ser feita em gatinhos entre as 8 e as 10 semanas, e uma segunda dose de reforço 3 semanas a um mês depois, devendo ser realizada revacinação anual para manter o gato protegido.
Apenas existem vacinas feitas a partir do vírus morto, uma vez que as vacinas feitas a partir do vírus vivo modificado apresentavam sérios riscos de contaminação do animal. No entanto, está associado o risco de aparecimento de um tumor designado por Fibrossarcoma. Trata-se de um tumor maligno agressivo do tecido fibroso, que se desenvolve na sequência da resposta inflamatória e que ocorre no local da injecção da vacina. A taxa de aparecimento destes tumores é de cerca de 1 em cada 5000 vacinas dadas, enquanto a taxa de contaminação por FeLV é de cerca de 2 em cada 100 gatos. Assim sendo, os benefícios da vacina ultrapassam os riscos da contaminação. No entanto, se o seu gato não tem acesso ao exterior nem contacto com outros gatos, não há necessidade de o vacinar.
Se o seu gato já estiver infectado não poderá ser vacinado, daí a importância da realização do teste antes da vacinação.
Como posso fazer o teste de FeLV?
Imagem de: tradew.com |
Se o seu gato estiver infectado com o vírus, mantenha-o afastado de outos gatos para evitar que dissemine o vírus. Isole-o e mantenha-o afastado do exterior para que não esteja exposto a outras infecções. Mantenha um acompanhamento veterinário com alguma periodicidade e forneça-lhe alimentos equilibrados para que o bichano tenha uma maior esperança e qualidade de vida.
DEVE SEMPRE CONSULTAR UM VETERINÁRIO!
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